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Conheça os tratamentos de fertilidade disponíveis no Brasil para cada modelo familiar

Conheça os tratamentos de fertilidade disponíveis no Brasil
para cada modelo familiar

 

Especialista explica os diferentes métodos para quem sonha com a maternidade ou paternidade

O uso das téc­nicas de reprodução assistida tem crescido de forma consistente nos últimos anos e possibilitam transformar os sonhos de quem, por algum motivo, não consegue engravidar naturalmente. De acordo com a lei federal 9.263/96, o planejamento familiar é um direito de todo cidadão brasileiro e caracteriza-se por um conjunto de ações que garante direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole, seja pela mulher, pelo homem ou pelo casal.

 

“As configurações familiares passaram por diversas mudanças nos últimos anos, por exemplo com casais homoafetivos, aumento da produção independente, constituindo as famílias monoparentais. A escolha do momento de ter ou não filhos continua fazendo parte dos lares e a medicina reprodutiva auxilia na utilização da técnica mais adequada, segundo a indicação do médico que deve respeitar as particularidades de cada caso”, explica Thaís Domingues, ginecologista especialista em reprodução assistida na Huntington Medicina Reprodutiva, referência no País.

O procedimento ideal depende do motivo da infertilidade. A fertilização in vitro é a técnica mais disseminada e permite uma análise detalhada dos óvulos e espermatozoides. Este método possibilita ótimas chances de sucesso para os casais heteronormativos que possuem alteração seminal ou nas tubas. Algumas vezes é também indicada para aqueles que já se submeteram a outros tratamentos de reprodução assistida e não tiveram êxito. O fator comum a vários destes casais é a idade materna maior de 35 anos, muito relacionado à pior qualidade dos óvulos. Assim, segundo a especialista, o tratamento é frequentemente a melhor opção para mulheres acima de 38 anos, além de casais que necessitem realizar uma pesquisa no embrião, por casos de doenças genéticas na família, ou até mesmo para mulheres que vivenciaram abortos repetidos.

Um procedimento mais simples para esses casais é o coito programado, no qual por meio de um ultrassom é feito um acompanhamento da ovulação, que pode ser induzida e estimulada após a ingestão de medicamentos. Isso possibilita identificar o período mais fértil da mulher, direcionando as relações sexuais para que ocorram neste melhor momento, aumentando as chances de êxito. Essa técnica é sugerida principalmente para mulheres com trompas e úteros normais, porém com alterações de ovulação e parceiros com espermatozoides em número e qualidade normais. Já a inseminação intrauterina, conhecida popularmente como inseminação artificial, é indicada geralmente para os que já tenham realizado o coito programado sem êxito ou para homens com leves alterações de espermograma. O sêmen, neste caso, é introduzido no interior do útero durante o período ovulatório.

“Para os casais homoafetivos masculinos é possível realizar a fertilização in vitro com o sêmen de um ou ambos. Neste caso, é válido lembrar que não é permitida a transferência de embriões formados através da utilização do sêmen dos dois. Ela deve ser do embrião de um dos parceiros e, em outro momento, do outro. Pois, pela última resolução (CFM 2.294/ 2021) do Conselho Federal de Medicina (CFM), a identidade do embrião deve ser conhecida”, explana a médica do Grupo Huntington. “Também é válido reforçar que são necessários os óvulos de uma doadora anônima, assim como de uma voluntária para ser o útero de substituição. Resumindo, é transferido para a voluntária o embrião que foi formado em laboratório com o sêmen de um dos parceiros”, finaliza a especialista. De acordo com a resolução, a ovodoação no Brasil é anônima e não remunerada. Além disso, tanto a doação de óvulos como do útero de substituição podem ser realizadas por alguém conhecido, desde que seja parente de até 4° grau de um dos parceiros e deve ser excluída consanguinidade para a formação do embrião.

“A reprodução assistida ajuda também os homoafetivos femininos com a possibilidade de realizar a inseminação intrauterina inserindo, no útero de uma das parceiras, o sêmen de um doador. Também existe a alternativa da fertilização in vitro, com a transferência do embrião, fertilizado em laboratório, para o útero. Isso torna possível que uma parceira seja responsável pelo gameta e outra pela gestação”, enfatiza a especialista.

A maternidade tardia é uma realidade no Brasil e há alternativas para esse caso. O número de mulheres que têm filhos depois dos 35 anos cresceu 63% nos últimos dez anos, segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Já é de conhecimento que o envelhecimento natural atinge a qualidade dos óvulos, com aumento exponencial após os 38 e 40 anos. Portanto, essa decisão deve ser munida de informações sobre chances futuras de concepção para que sejam entendidas as opções e riscos que possuem”, pondera a dra. Thais. “O desenvolvimento de técnicas de congelamento de óvulos e embriões, assim como das técnicas de fertilização in vitro, são avanços que apoiam as escolhas de gravidez tardia. E, para conservar uma boa perspectiva, o ideal é que os óvulos sejam congelados quando a mulher é mais jovem, de preferência até os 35 anos ou até antes, a depender de sua reserva ovariana. Apesar de não ser possível garantir a gravidez, realizar o congelamento até esta idade melhora as chances de êxito no futuro”, completa.

Já para produção independente, a mulher deve buscar um doador no banco de sêmen e, a depender da idade, atividade da trompa e reserva ovariana, existe a opção de realizar a inseminação intrauterina ou a fertilização in vitro. Quem possui baixa reserva ovariana, principalmente após os 38 anos, com alterações nas funções das trompas, endometriose ou alteração seminal grave, existe a indicação da fertilização in vitro, que aumenta as taxas de sucesso. A médica considera que a inseminação intrauterina pode trazer bons resultados em mulheres com até os 35 anos, nas condições ideais mencionadas.

“Reforço que é essencial, independentemente da técnica escolhida, ter o acompanhamento de um médico especializado durante todo o processo de reprodução assistida. Muitas descobertas foram feitas e pesquisas realizadas, trazendo esperança a quem não podia ou não conseguia, por algum motivo, ter filhos biológicos”, conta a especialista da Huntington Medicina Reprodutiva. “Hoje, a medicina já é capaz de fornecer alternativas eficazes e seguras, de maior ou menor complexidade e com distintas taxas de sucesso, para que o desejo de todos seja concretizado, inclusive o de decidir em um momento oportuno sobre a maternidade. E acredito que a área avançará ainda mais nos próximos anos, para realizar mais sonhos em todo o Brasil”, conclui.

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