Bárbara Domingos faz história, mas termina em 10° na final do individual da ginástica rítmica

Bárbara Domingos faz história, mas termina em 10° na final do individual da ginástica rítmica
Ginasta foi a única representante do Brasil na final do individual geral e foi a primeira a chegar em uma decisão na história do país

Por Redação do ge — Paris, França

Bárbara Domingos faz 33.200 na apresentação da bola, a maior nota dela na final da ginástica rítmica

Bárbara Domingos, de apenas 24 anos, já é uma das maiores atletas da ginástica rítmica do Brasil. A ginasta vem escrevendo seu nome na história do esporte brasileiro e chegou nessas Olimpíadas tentando alcançar um feito inédito para o país: chegar em uma final do individual geral de Jogos Olímpicos. Ouro nessa categoria, bola e fita no Pan-Americano de Santiago, no ano passado, Bárbara conseguiu realizar esse feito em Paris. Embora tenha terminado em 10° na final nesta sexta-feira, ela elevou o Brasil a outro patamar da ginástica.

Bárbara Domingos nas finais da ginástica rítmica individual nos Jogos de Paris 2024 — Foto: Ricardo Bufolin/CBG

Bárbara foi a primeira a se apresentar pela final do individual geral, começando com o arco. Com o mental afetado logo após a eliminação das colegas do conjunto, quando Victória Borges sofreu uma lesão, Babi não entrou bem na decisão. Visivelmente abalada, a ginasta deixou o aparelho cair algumas vezes, iniciando com uma nota baixa, mas ergueu a cabeça nas rotações seguintes. Voltando para as últimas séries, Bárbara se recuperou na bola e nas maças, mas tirou outra nota baixa na fita.

A brasileira terminou em último no quadro geral, somando uma média de 123.100. Darja Varfolomeev, da Alemanha, ficou com o ouro, somando 142.850 na média. A prata foi para Boryana Kaleyn, da Bulgária, com 140.600. A disputa pelo terceiro lugar foi acirrada, com o pódio sendo formado só após a última apresentação. Sofia Raffaeli, da Itália, foi bronze ao somar 136.300.

A final do individual geral da ginástica rítmica têm quatro rotações, passando por quatro aparelhos. Bárbara abriu a primeira etapa desta manhã, com a rotação no arco. Em seguida, vieram bola e maças, encerrando com as fitas, talvez o aparelho mais temido do esporte. Das 24 atletas disputando as classificatórias na última quinta-feira, apenas dez avançaram às finais do individual geral. Quem somasse a maior média entre os aparelhos subia ao pódio.

Bárbara Domingos na final do individual geral — Foto: REUTERS/Hannah Mckay

As séries de Bárbara
ARCO

Bárbara foi a primeira a se apresentar na Arena La Chapelle na final do individual geral. Usando um collant verde e amarelo, a brasileira se apresentou ao som da música “Circle Of Life”, tema do filme “O Rei Leão”, com fortes acordes. A ginasta apresentou ligações dificílimas, encontrando o arco após o aparelho alcançar alturas incríveis, mas teve alguns erros de execução. Bárbara perdeu o arco ainda nos primeiros movimentos, em um trecho simples da série. Erro grave na ginástica rítmica. Ela ainda foi penalizada por deixar o arco cair no final da série, quando tentou encontrar o objeto com os pés, mas não conseguiu e ele chegou a sair do tablado.

Bárbara Domingos na final da ginástica rítmica — Foto: REUTERS/Mike Blake

Por conta das falhas, Bárbara começou com uma nota baixa: 29.600, sendo penalizada com -0.35. A ginasta recebeu 9.8 por dificuldade corporal, 6.7 nos aparelhos, 7.550 na parte artística e apenas 5.9 pela execução. A brasileira diminuiu cinco pontos em relação às classificatórias, quando somou 34.750.

Babi recebeu 10.8 pela dificuldade corporal, 6.6 no aparelho, 8.2 no quesito artístico e 7.650 de execução, quase igualando as avaliações das classificatórias.

MAÇAS

Sambando ao som do clássico “Garota de Ipanema”, Bárbara vestiu um collant neon verde e amarelo e encantou o mundo com seu carisma, sendo ovacionada pela torcida. A brasileira teve pequenas falhas, mas não cometeu erros graves na série, ao contrário das classificatórias, quando deixou as maças cair. Com isso, Bárbara aumentou 1.000 na nota em relação à fase anterior, somando 31.200.

Bárbara Domingos faz 31.200 na apresentação das maças na final da ginástica rítmica

As avaliações dos quesitos novamente foram muito parecidas com a primeira etapa da competição. Em dificuldade corporal, ela ficou de novo com 10.1. Já nos aparelhos, Bárbara recebeu 5.3. Com muita expressividade na coreografia artística, a ginasta ficou com 8.150. A execução ficou em 7.700.

FITA

Bárbara Domingos fez o público bater palma no ritmo dos acordes de “Bad Romance”, de Lady Gaga. A versão da música foi diferente, usada no filme “Moulin Rouge”. Bárbara não chegou a cravar a série, tendo problemas de execução no começo da apresentação. A nota não foi tão boa, mas a brasileira encerrou a estreia nos Jogos Olímpicos mostrando que pode ser ainda melhor no próximo ciclo.

Bárbara Domingos faz 29.100 na apresentação da fita na final da ginástica rítmica

A brasileira diminuiu a nota das classificatórias, quando fez uma apresentação muito segura e precisa, recebendo 31.700. Dessa vez, Babi somou 29.100, com 9.6 de dificuldade corporal, 4.8 de aparelhos, 7.6 no quesito artístico e 7.150 de execução.

Bárbara Domingos com a fita na final do individual geral em Paris — Foto: REUTERS/Mike Blake

Resumão
Darja Varfolomeev, da Alemanha, deu a volta por cima nessa final e foi ouro na ginástica rítmica nas Olimpíadas de Paris. Com apenas 17 anos, esses foram os primeiros Jogos Olímpicos da alemã. Darja começou o dia no arco, aparelho no qual foi penalizada nas classificatórias por ter o perdido durante a série, ficando com 32.500 e caindo no quadro geral na ocasião. Dessa vez, ela fez uma ótima apresentação logo na primeira rotação e recebeu 36.300, ficando no topo do ranking já no início da decisão.

Darja Varfolomeev, da Alemanha, faz 36.500 na apresentação da bola na final da ginástica rítmica

Darja voltou para a série com a bola e novamente deu um show, assim como foi nas classificatórias. A apresentação de Darja foi ao som de Michael Jackson, com a música “In The Closet”. Ela inclusive fez alguns passos do cantor na coreografia, como o icônico moonwalk. A alemã também trouxe referências do rei do pop no collant, como a icônica jaqueta dourada e preta de Michael.

Darja somou 36.500 no aparelho, mais uma vez a maior nota entre as séries. A ginasta também apresentou uma série difícil nas maças, mas deixou o aparelho cair duas vezes. Ainda assim, recebeu 36.350, se mantendo no topo. A alemã conseguiu o ouro com 33.700 na fita.

Darja Varfolomeev, da Alemanha, nas Olimpíadas de Paris — Foto: REUTERS/Hannah Mckay

Disputando sua segunda Olimpíadas, Boryana Kaleyn, da Bulgária, ficou em quinto lugar em Tóquio, mas chegou em Paris como uma forte concorrente ao pódio. Ela terminou as classificatórias em terceiro lugar e continuou dando um show na final. Boryana recebeu a segunda maior nota pelo arco, ficando atrás apenas de Darja, com 35.850.

Boryana, da Bulgária, na final do individual geral — Foto: REUTERS/Hannah Mckay

A búlgara foi ainda melhor na segunda rotação, se mantendo como a segunda do ranking com 36.450 na bola. Boryana fez uma série muito difícil, recebendo apenas -0.05 de penalidade. A ginasta diminuiu a nota nas maças, somado 34.550. Ainda assim, continuou com um bom somatório. Ela confirmou a prata com uma bela apresentação na fita, pela qual recebeu 33.750.

Boryana Kaleyn, da Bulgária, faz 36.450 na apresentação da bola na final da ginástica rítmica

A italiana Sofia Raffaeli chegou em Paris como uma das favoritas ao ouro. Começando no arco, a ginasta fez uma apresentação abaixo do esperado, sem as execuções e recuperações difíceis que mostrou nas classificatórias. Por isso, Sofia recebeu uma nota com alguns décimos a menos, somando 35.250.

Sofia Raffaeli, da Itália, faz 35.600 na apresentação das maças na final da ginástica rítmica

A italiana também não saiu satisfeita da série com a bola, se afastando do ouro olímpico ao receber 32.900. Sofia entrou focada em apresentar o seu melhor nas maças e tentar a prata ou o bronze. Mesmo com a pressão, a italiana executou muito bem elementos de dificuldade alta e fez uma ótima série com 35.600. Com essa nota, ela entrou novamente na briga pelo pódio. Disputando com a alemã Margarita Kolosov pelo bronze, Sofia foi a última a se apresentar nessa decisão e foi melhor do que Kolosov na fita, recebendo 32.250 e completando o pódio.

Sofia Raffaeli na final do individual geral — Foto: REUTERS/Mike Blake

Agenda da ginástica rítmica
Forte candidato à medalha nas Olimpíadas de Paris, o conjunto do Brasil ficou fora da final após a lesão da ginasta Victória Borges, que se apresentou machucada na manhã desta sexta-feira. Sem brasileiras na decisão, a ginástica rítmica encerra as competições nas Olimpíadas de Paris no sábado (10), a partir das 9h (Horário de Brasília), com a final do conjunto. Bulgária, Itália, Ucrânia, França, China, Israel, Uzbequistão e Azerbaijão estarão na disputa.