Celebridades

LUTO NO JORNALISMO  BEATRIZ  CAPIRAZI , JORNALISTA DO ESTADÃO, MORRE AOS 26 ANOS DE PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA

A repórter desmaio e recebeu massagem  cardíaca feita pelo pai, mas quando o Samu e os bombeiros chegaram, Beatriz não respondeu. Beatriz chegou à família

Capirazi  com um ano e três meses de idade. A mãe biológica a alugava para a usarem para pedir esmolas na rua e uma denúncia ao conselho tutelar a colocou em um abrigo onde ficou por um ano, até que acabasse na casa da professora Maria Tereza Bergamin  e do projetista Ariovaldo Arcas Capirazi , na Lapa, em São Paulo.
O casal, que havia perdido um filho ainda em gestação, partiu para a adoção, um desejo que sempre esteve na cabeça de Tereza. “O primeiro presente que minha cunhada deu à Beatriz foi um livrinho”, diz Tereza. “Foi um gesto que se repetia todos os anos e, com o passar do tempo, ela se tornou uma pessoa apaixonada por ler e escrever, vivia com livros para cima e para baixo.” Repórter do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) desde abril, Beatriz Capirazi , de 26 anos, morreu às 2 horas da manhã deste domingo, de parada cardiorrespiratória.
Ela foi repórter do jornal O Estado de S. Paulo atuou na cobertura de ESG (boas práticas ambientais, sociais e de governança) e atualmente era responsável pela área de saúde na Agência Estado.
Segundo a mãe, Beatriz começou a passar mal com crise de ansiedade, tontura e dificuldade respiratória na segunda-feira, 4 de novembro. Apesar de ter feito exames que não constataram problemas cardíacos, teve novas idas e vindas ao hospital, mas voltou a piorar no sábado. desmaiou e recebeu massagem  cardíaca feita pelo pai, mas quando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e os bombeiros chegaram à casa para os procedimentos de emergência, Beatriz não respondeu. Tereza diz que Beatriz encheu a casa de agitação desde o primeiro momento de sua chegada. Com olhos grandes e escuros, era a cara da mãe, tanto que “a madrinha nem se comformava”, diz ela. Tinha o cabelo grosso e cacheado, que adorava e era motivo de briga porque só queria cortar “um dedinho”. Adorava coxinha, pastel e brigadeiro. Era exigente, muito risonha e perfeccionista. Todos os colegas confirmam esse traço da personalidade de Bia, como era conhecida na redação. “Ela era muito preocupada em não deixar a gente na mão, em fazer sempre mais”, diz Beth  Moreira, que trabalhava diretamente com Bia no Broadcast. “Bia sempre fazia mais, além do que havia sido pedido, era muito proativa e trazia uma luz à editoria, sempre com uma boa história, uma frase engraçada, essas sacadas de jovens, que renovam a gente.” No curso de focas, como são chamados os postulantes à carreira de jornalista, por exemplo, Bia recebeu a missão de fazer um projeto especial sobre criptomoedas e tokenização , um assunto bastante árido. “Passei por alguns especialistas, indiquei um curso e ela voltou com muito, mas muito mais”, afirma Luana Pavani , editora do Broadcast e mentora de Bia durante o programa. “Era o tipo de repórter que a gente tem de falar: ‘ó, está bom, já pode parar’. A gente chamava ela no curso de ‘Bia, a incansável’.” Carla Miranda, editora do Estadão e coordenadora dos Cursos de Jornalismo há 12 anos, diz que Bia sempre foi uma das grandes promessas de sua turma, em 2022. Tanto que se tornou um destaque, ficou no Grupo Estado desde o primeiro momento e foi disputada em várias editorias das empresas. “Ela era muito determinada, sabia o que queria”, diz. “Mas, ao contrário de muita gente que é muito firme e se afasta do grupo, ela criou uma relação próxima e era muito ligada aos colegas.” “Os amigos do curso de focas tinham dificuldade em falar sobre a Bia na manhã deste domingo, por conta da emoção.” “Fizemos o curso juntos e ela se tornou minha melhor amiga em São Paulo”, diz Jean Mendes, analista de mídias sociais do Broadcast. “Éramos sempre os primeiros a chegar no Estadão, tomávamos café juntos  todos os dias e eu o admirava  como ela era dedicada a todas as missões que eram entregues, em simultâneo, em que sabia trabalhar em equipe e era falante, comunicativa e brincalhona.” Renata Leite, também companheira de curso, diz que, apesar de ser mais jovem, Bia a acolheu com palavras e conhecimento e foi a primeira pessoa com quem trabalhou a falar de adoção, uma situação vivida por ambas. “Nossas histórias eram muito parecidas e tínhamos planos de fazer algumas pautas sobre o tema”, diz Renata. trocamos muitas experiências e ela era muito preciosa para mim.
” Fonte: O Povo

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