Mãe encontra filho cheio de hematomas no rosto, e creche diz que ele foi ‘mordido por coleguinha’ em SC
Pais de criança de 1 ano e 2 meses acreditam que caso foi ocasionado por falta de funcionários na escola. Um boletim de ocorrência foi registrado. Polícia Civil investiga.
Uma mãe encontrou o próprio bebê de 1 ano e 2 meses com hematomas por todo o rosto ao buscá-lo em uma creche de Criciúma, no Sul de Santa Catarina. Segundo Marina Faraco, que denunciou o caso nas redes sociais, o filho foi atacado com pelo menos cinco mordidas (veja nas fotos acima). A Polícia Civil investiga o caso.
“Não é normal uma criança que está sob vigilância de adulto, treinado especificamente para cuidar de bebês e crianças, ou pelo menos deveria [ser], sofrer um ataque de outr
o bebê que deixou ele nesse estado”, desabafou na web.
A unidade é administrada pela Associação Feminina de Assistência Social de Criciúma (Afasc). Outro caso, em que um bebê teve queimaduras com água quente, foi relatado em outra creche do município administrada pela mesma rede.
A Afasc informou em nota que a criança “foi mordida por um coleguinha”, e que “situações como essas são infelizmente comuns no contexto da infância”, além de afirmar que “investiga rigorosamente ambas as situações” (nota completa no final da reportagem).
Ocorrência
A advogada que defende a família, Larissa Apolinário, disse que um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCami), e que um exame de corpo delito foi feito no Instituto Médico Legal (IML).
O caso ocorreu no Centro de Educação Infantil Afasc Lino Pizzetti na quinta-feira (18). Ela mencionou que “o estado do rosto dele era assustador”.
Relato
Conforme a advogada, o menino foi deixado pelos pais na unidade pela manhã. Por volta das 15h, a escola ligou pedindo que fossem buscá-lo. A diretora, segundo Apolinário, preferiu não discutir o assunto por telefone, mas informou que a criança tinha sofrido algumas mordidas no rosto.
“Inicialmente, os pais não se alarmaram, pois, sabiam que tais incidentes são frequentes em escolas. No entanto, a situação era grave. Quando chegou para buscar o menino, ela viu que até mesmo as funcionárias do CEI, que deveriam estar preparadas para lidar com esses casos, estavam chorando e visivelmente abaladas”, afirmou.
À mãe, a escola informou que a professora responsável havia saído para entregar outro aluno aos pais e, quando voltou, encontrou o menino chorando, com várias mordidas.
“Até agora, ela não tem certeza do que realmente aconteceu, pois os ferimentos não parecem ser consistentes com um ataque rápido de outra criança; parece que as crianças ficaram sozinhas por muito mais tempo do que foi relatado”, destacou.
A defensora também alega que a mãe só foi notificada duas horas depois do incidente, sem explicação para o atraso. “Na sexta-feira, os pais foram até a creche para tentar entender melhor a situação, e os informaram que, segundo relatos das professoras, o fato ocorreu por volta das 12:45”, comentou.
O que diz a Afasc
“A Associação Feminina de Assistência Social de Criciúma (AFASC), uma instituição com mais de cinco décadas de compromisso com o bem-estar e o desenvolvimento infantil em nossa comunidade, deseja esclarecer recentes eventos ocorridos em uma de nossas unidades educacionais.
Na última quinta-feira (18), durante o período de atividades, ocorreram incidentes envolvendo duas crianças sob os cuidados da AFASC. Uma delas foi mordida por um coleguinha, enquanto a outra, possivelmente, teve contato com água quente durante o banho.
Situações como essas são infelizmente comuns no contexto da infância, onde a exploração e interação entre os pequenos são fundamentais para seu desenvolvimento. Ressaltamos que estamos investigando rigorosamente ambos os eventos, em colaboração com autoridades e equipe de gestão, visando garantir a transparência e a segurança de todos os envolvidos. É importante notar que, em um mês, uma criança na AFASC passa 176 horas na instituição, somando-se as seis mil crianças acolhidas, são mais de um milhão de horas mensais.
Uma sindicância interna já foi aberta para apurar os casos e reiteramos nosso compromisso com a segurança e o bem-estar das crianças que frequentam nossas creches, bem como com o apoio e suporte às suas famílias. A AFASC está em contato direto com os responsáveis pelas crianças envolvidas, oferecendo todo o suporte necessário, incluindo assistência médica e apoio emocional.
É importante destacar que a AFASC é uma referência em educação infantil na região, com uma estrutura completa e dedicada ao cuidado e desenvolvimento das crianças. Desde o início de nossa gestão, em 2017, ampliamos nossos serviços, passando de 31 para 40 unidades educacionais, atendendo mais de seis mil crianças, e aumentamos nossos esforços para garantir um ambiente seguro e acolhedor para todos.
Reafirmamos nosso compromisso com a transparência e a responsabilidade em todos os aspectos de nossa atuação e permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais.”
Informações do Portal G1