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Ameaças de atentado em escolas de Tatuí repercutem na Câmara

Dois casos são denunciados pelo sindicato da categoria em sessão

Cartaz com ameaça encontrado em banheiro da escola “José Celso de Melo” (foto: Arquivo pessoal)

Após o ataque ocorrido em uma escola estadual na vila Sônia, zona oeste da capital paulista, onde quatro professoras e um aluno foram esfaqueados por um estudante de 13 anos, professores locais denunciaram a ocorrência de ameaças de atentado em escolas de Tatuí, da rede estadual de ensino.

O assunto teve repercussão na Casa Legislativa, na noite de segunda-feira, 3, quando representantes do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) da subsede de Tatuí usaram o espaço da tribuna livre para expor ameaças que “estão aterrorizando” professores e alunos de escolas da rede estadual de ensino.

Na ocasião, as conselheiras estaduais da Apeosp, Raquel Aparecida Vivi Convento e Ana Maria das Dores denunciaram dois casos de ameaças de atentados ocorridos na E.E. “José Celso de Mello” na semana passada.

As duas atuam como professoras na unidade de ensino e disseram estar passando pelo mesmo problema que causou a morte da professora na capital paulista.

O atentado citado ocorreu na manhã de segunda-feira da semana passada, 27 de março, dentro da Escola Estadual “Thomazia Montoro”, na hora da chamada.

Uma das professoras, Elisabete Tenreiro, de 71 anos, teve parada cardíaca e morreu no Hospital Universitário da USP. O corpo da docente foi velado e enterrado na terça-feira, 28 de março.

O agressor, um aluno de 13 anos, do oitavo ano, foi desarmado por professoras, apreendido por policiais e levado para o 34° DP da capital, onde o caso acabou registrado.

Câmeras de segurança da unidade registraram o momento em que a professora Cinthia Barbosa contém o agressor para salvar outra vítima. Na sequência, uma outra educadora retira a faca das mãos do estudante.

Na quarta-feira, 29 de março, a Polícia Civil de SP disse que está investigando a participação de outros dois alunos no ataque. O estudante que atacou e matou a professora está internado provisoriamente na Fundação Casa. A pedido do Ministério Público, a Justiça aceitou a internação por 45 dias.

“Somente na semana passada, tivemos na nossa cidade pelo menos dois casos de alunos portando armas brancas, nas escolas estudais, dentro da sala de aula”, informou a conselheira e professora.

Segundo ela, a escola foi surpreendida por uma tentativa de atentado na sexta-feira, 31 de março. “Estava tudo normal, de repente, os alunos vieram e nos mostraram celulares com mensagens que ameaçavam um massacre no banheiro na escola”, contou a professora.

Conforme declarado, os próprios alunos ajudaram a direção da escola a identificar os responsáveis pelas mensagens. Os suspeitos foram abordados e o caso, reportado à família dos alunos e ao Conselho Tutelar. Os estudantes também estão sendo monitorados pela escola.

A O Progresso de Tatuí, a coordenadora da Apeosp de Tatuí, Fátima Rodrigues dos Santos de Campos, apontou que todos os professores e alunos da rede estadual de ensino no município “estão com medo”.

Segundo ela, alguns dos alunos suspeitos, em conversa com os professores e o Conselho Tutelar, apontaram existir uma “organização” formada por meio da chamada “Deep Web” (ou “Dark Weeb”) para “orquestrar” os ataques nas escolas.

“Os alunos se comunicam entre si e usam da Deep Web, um submundo da internet, para se organizarem visando o terrorismo. Diversas escolas de Tatuí estão sofrendo ameaças.  Alguns alunos participam da Deep Web dentro de grupos organizados e há uma situação muito orquestrada, com mensagens programadas para a prática de terrorismo”, apontou a diretora.

A educadora ainda informou ter ocorrido uma ameaça de “massacre” na manhã desta terça-feira, 4, na escola “José Celso de Mello”. Alunos e professores encontraram um cartaz colado no banheiro da unidade escolar com os dizeres: “Todo mundo dessa escola vai morrer” e a data “04/04”.

“Pode ser uma coisa de adolescente, mas não podemos deixar isso passar em branco”, reforçou a diretora.

A GCM foi acionada e um boletim de ocorrência, registrado na presença de um advogado da Apeoesp. Conforme Fátima, na tarde desta terça-feira, o aluno responsável já havia sido identificado e estaria com um canivete em sala de aula.

A reportagem entrou em contato com a direção da escola “José Celso de Mello”, mas a diretoria alegou não poder se manifestar sobre o assunto, apenas a Diretoria Regional de Ensino de Itapetininga.

Por telefone, a O Progresso, o órgão regional disse ter “tomado todas as providências cabíveis” e acrescentou ter “acionado o Ministério Público”. A Diretoria Regional de Ensino ainda disse estar disponível aos pais dos alunos e à população em geral pelo telefone (15) 3275-9624.

O Progresso de Tatuí também tentou contato com a Secretaria Estadual de Educação, mas não recebeu resposta da instituição até esta publicação.

A reportagem completa com a repercussão do assunto na Câmara Municipal de Tatuí será publicada na edição impressa do jornal que veiculará no domingo, 9.

 

 

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