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Governador de São Paulo diz que está satisfeito com operação da Polícia no Guarujá

Tarcísio diz que está ‘extremamente satisfeito’ com operação da polícia com sete mortos na Baixada Santista

Operação acontece desde sexta-feira (28) após policial da Rota ser morto no Guarujá. Governo fala em 8 mortos, enquanto ouvidoria das polícias de SP cita ao menos 10 vítimas no fim de semana.

Por Arthur Stabile e Renata Bitar, g1 SP — São PauloO governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), elogiou a operação policial feita na Baixada Santista desde sexta-feira (28), após a morte de um policial da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar). Patrick Bastos Reis, de 30 anos, era da capital e fazia patrulhamento no Guarujá, quando foi baleado por criminosos e não resistiu.

“Nós vamos investigar, nós vamos prender, nós vamos apresentar à justiça, nós vamos levar ao banco dos réus. Foi isso exatamente que foi feito neste final de semana. Eu estou extremamente satisfeito com a ação da polícia, extremamente triste com o que aconteceu porque nada vai trazer um pai de família de volta”, disse o governador, durante entrevista coletiva.

O governo de São Paulo afirma que foram registradas oito ocorrências com oito óbitos na Operação Escudo, enquanto a Ouvidoria das Polícias de SP fala em ao menos dez pessoas foram mortas para encontrar os suspeitos de matar o PM da Rota na sexta-feira.

O g1 teve acesso aos boletins de ocorrência ligados à operação registrados de 13h20 da sexta-feira (28) até 7h40 de domingo (30). Foram feitos sete boletins constando sete mortos. As ocorrências a que o g1 teve acesso são apenas aquelas registradas no Guarujá.

A reportagem questionou o governo de SP sobre a diferença nos números e aguarda posicionamento.

Antes, Tarcísio disse que “aqueles que resolveram se entregar à polícia foram presos, foram apresentados à Justiça”. Ele repete discurso feito em 2012 pelo então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Após policiais da Rota matarem nove pessoas em ação na cidade de Várzea Paulista, Alckmin afirmou que “quem não reagiu está vivo”.

De acordo com o governador, foram oito ocorrências policiais com mortos ao longo do final de semana. “A polícia quer evitar o confronto de toda forma, ninguém quer o confronto. Agora, nós temos uma polícia treinada e que segue à risca a regra de engajamento”, disse o governador.

Erickson David da Silva, apontado como responsáveis pelos disparos que mataram o soldado Patrick Reis, foi preso neste domingo (30), em São Paulo. O homem gravou um vídeo pedindo para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o secretário de segurança do Estado, Guilherme Derrite, parem com a “matança” de supostos inocentes em Guarujá.

O Ministério Público de São Paulo vai instaurar nesta segunda-feira procedimento para analisar a operação policial. Dois promotores do Gaesp (Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial) vão acompanhar as investigações das mortes cometidas pelos policiais.

Em nota, a Defensoria Pública de São Paulo afirmou que foi acionada pela Ouvidoria das Polícias acompanha a operação policial por meio do Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos.

Morte de policial na Baixada

PM da Rota morto era da capital de SP e estava em serviço quando foi atingido por criminosos — Foto: Arquivo Pessoal
PM da Rota morto era da capital de SP e estava em serviço quando foi atingido por criminosos — Foto: Arquivo Pessoal

O policial Patrick Bastos Reis, de 30 anos, fazia patrulhamento quando duas pessoas armadas atiraram contra ele e seu parceiro. O PM foi atingido próximo ao tórax na comunidade da Vila Zilda e morreu no Pronto Atendimento da Rodoviária (PAM). Atingido na mão, seu parceiro não corre risco de morte.

Desde sexta-feira (28), a PM faz uma operação para identificar e prender os criminosos suspeitos de matarem o policial de Rota. O secretário da Segurança, Guilherme Derrite, afirmou que quatro suspeitos da participação na morte do policial já foram identificados, sendo que dois deles estão presos.

Durante a busca pelos suspeitos, um homem foi morto após um confronto com a Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) ainda na sexta.

De acordo com o governo paulista, o tiro que atingiu o PM foi disparado a uma distância entre 50 e 70 metros, do alto de uma comunidade. A SSP não divulgou laudo pericial que detalhasse a informação.

“Temos a plena convicção de que ninguém aperta o gatilho se não estiver com a intenção de matar”, disse o secretário sobre o autor do disparo, será indiciado por homicídio doloso [quando há a intenção de matar] e associação ao tráfico de drogas.

O delegado-geral de Polícia, Artur José Dian, afirmou que a nota fiscal de um salgado comprado em uma lanchonete levou à identificação de quatro suspeitos. Dois deles foram presos.

Ouvidoria alerta para promessa de mais mortes

Segundo a Ouvidoria das polícias de SP, ao menos 10 pessoas foram mortas desde o início da operação. Ainda de acordo com o órgão, o homem morto na sexta seria um vendedor ambulante, atingido por 9 tiros na sexta (28). A família dele teria encontrado o rapaz com queimaduras de cigarro e um corte no braço.

O ouvidor Claudio Aparecido da Silva afirmou que moradores do Guarujá relataram que policiais torturaram e mataram um homem e prometeram matar ao menos 60 pessoas em comunidades da cidade. O número de mortes pode ser ainda maior, de acordo com Claudio.

“A gente tem informação de que talvez no fim [deste domingo (30) outras duas mortes tenham ocorrido. Não temos, ainda, a confirmação, que a gente só faz após verificar o boletim de ocorrência dessas mortes”, disse ele em entrevista à GloboNews.

“A Polícia Militar, ao que nos consta, tem dito que os policiais tenham atuado com câmeras corporais. Diante disso, vamos pedir essas imagens para que nada fique escondido nisso tudo e a gente possa verificar, através das imagens, se houve ou não ilegalidades nas ações da polícia naquele território”, completou.

Parte da corporação da PM usa câmeras corporais nos uniformes para registrar as ações em rua. O prometo teve início em agosto de 2020 e encerrou o ano passado com 10 mil unidades disponíveis para a tropa, que conta com em torno de 100 mil integrantes.

Fonte: G1

 

 

 

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